A semeadura do trigo brasileiro se intensificou nesta semana, e as proporções de áreas destinadas ao grão foram elevadas, com as condições favoráveis a triticultura. Na Argentina as áreas chegam a 58% do plantio, mas a deficiência hídrica começa a preocupar os triticultores argentinos.

Trigo Brasil

O Sistema de Estatísticas De Comércio Exterior Do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), disponibilizou na última sexta-feira (12), dados demonstrando que o Brasil importou um total de 466,8 mil ton de trigo em maio, volume 15,03% superior ao mesmo período do ano passado. Com o maior volume adquirido em maio, pela indústria moageira nacional, oriundo da Argentina, agrupando em 397,3 mil toneladas.

Os custos para as importações foram de 9% superior ao mesmo mês do ano passado, que esteve em US$ 104,1 milhões, ante ao acréscimo do dólar no mês de maio. O volume importado ficou abaixo em 37,57% no comparativo a abril.

Em relação ao plantio de trigo, foi disponibilizado na última segunda-feira (15), o acompanhamento de safra do Departamento de Economia Rural (Deral), demostrando avanço de 3% no plantio, ante a semana anterior. As boas condições também se elevaram em 3%, totalizando 85% das áreas nestas condições. As áreas de trigo em situações médias ficaram em 12%, enquanto 3% foram declaradas ruins.

O trigo no estado gaúcho, tem expectativa de produção de 2.198,8 toneladas, conforme dados relatados pela Emater durante a semana, em coletiva de imprensa online. O cultivo do cereal recebeu acréscimo de área em 20,34%, ante a safra passada, agrupado em 915,712 hectares, a produtividade média esperada é de 2.391 quilos por hectare.

As condições das lavouras, segundo conjuntural publicado ontem (18), se encontram 43% das áreas semeadas, em recuo de 8% ante ao mesmo período do ano passado e dessas 100% em germinação.

As cotações domésticas do trigo, nas praças do Rio Grande do Sul e Santa Catarina receberam incrementos na variação semanal de 1,56% e 1,37% respectivamente. Já no Paraná o saldo foi negativo 0,41% encerrando na sexta-feira (19) em R$ 57,75/saca.

Trigo Argentina

De acordo com a Bolsa de Cereales o plantio de trigo na Argentina atingiu 58,1% das lavouras nesta semana, com avanço de 8,5% em relação ao mesmo período do anterior e avanço de 11,5% em relação a média dos últimos cinco anos.

O clima seco durante parte do período de semeadura favoreceu o plantio do trigo da Argentina em várias regiões, especialmente no norte e oeste do país, o que permitiu aos produtores ampliarem as suas áreas de cultivo, dada a situação favorável.

Uma parte do Sul, onde as condições também se mostraram melhores nesta época do ano, apresentou bom avanço no plantio nos últimos dias, compensando os atrasos notados nas regiões de Córdoba e arredores. Ainda assim, a estimativa das lavouras segue em uma área de 6,7 milhões de hectares projetadas inicialmente para todo o país.

Nas condições de lavouras, o levantamento mencionou que 16% do trigo plantado até o momento está em excelentes condições, 69% em situação regular e 15% em condições ruins de cultivo, este último, possui um indicador 9% maior quando comparado a época do ano passado.

Na situação hídrica, a safra 2020/21 se encontra e 70% condições de estiagem, o que é bastante alarmante e já começa a preocupar os produtores, 29% em situação ótima/adequada de umidade e 3% com excesso de umidade. No ano passado, a situação de lavouras em condições adequadas era de 76% neste período.

Em relação as cotações, o trigo argentino apresentou ligeira queda na cotação dos contratos futuros para diversos períodos e nesta sexta-feira (19), também registrou retração no preço do trigo do mercado físico (-0,83) que passou a valer US$ 240,00/ton.

Na Bolsa de Cereales, o que contrato que mais apresentou depreciação semanal foi o do mês de set/20 com perda de 1,72% ficando em US$ 229,00/ton.

Mercado Externo

Nos índices da semana que encerra hoje (19), o trigo perdeu força na Bolsa de Chicago nas variações semanais e as drásticas perdas flutuaram em 3,82% a 4,43% no trigo soft, e 3,78% a 4,54% no hard.

A pressão para a desaceleração das margens do cereal, vem com o avanço da colheita do trigo de inverno, juntamente com a semeadura do trigo de primavera, e a baixa demanda dos países importadores do trigo.

Nesta sexta-feira (19) o grão soft recuou 0,47% na entrega de jul, com o preço findando em US$ 176,83/tonelada, e o tipo hard atuou em campos mistos na variação diária nos contratos de jul/20 a mar/21 os declínios foram de 0,06% a 0,22%, somente mai/21 acrescentou 1,40% nas cotações.

Em relatório do USDA de progresso de safra, publicado na segunda-feira (15), a colheita do trigo de inverno chegou a 15%, nos campos do EUA, com o estado do Texas liderando com 68%, do trigo retirado do campo, em ritmo 16% acima do ano anterior.

As vendas liquidas de trigo foram de 504,8 mil tons na comercialização de 2020/21, sendo os principais compradores: Guatemala com 128,5 mil tons, México com 102,0 mil tons e Sri Lanka com 65,0 mil tons.

Já nas exportações, o número foi de 486,6 mil tons, os destinos principais foram Filipinas 118,1 mil tons, Mexico 66,1 mil tons e Iêmen 54 mil tons.

Nas inspeções semanais do trigo, com números recuados até o dia 11 de junho, foram vistoriados 444,3 mil tons de trigo, a baixa foi de 6,95% no comparativo da semana anterior.

Ainda nesta semana, o destaque no mercado do trigo foi relação ao maior exportador mundial de trigo, a Rússia, que relatou em nota do Ministério de Agricultura do país na quarta-feira (17), que não impedirá as exportações de grãos até dezembro, porém se sentir que os níveis de grãos estão caindo, pode impor cotas de exportação, a partir de janeiro.

Fonte: AF News

Disponível em: https://www.afnews.com.br/noticia.php?id=2644