As chuvas ocorridas no mês de abril animaram a maioria dos produtores na Argentina, sobretudo aqueles que trabalham na zona núcleo: depois da pior seca em 50 anos, as expectativas para o plantio de trigo estavam baixas. Agora, com as chuvas, todos voltam a olhar de forma otimista para o cereal.

E esse copo meio cheio se alimenta de uma boa projeção de rentabilidade: segundo uma estimativa do economista Carlos Ghida Daza, da Estação Experimental Agropecuária Marcos Juárez do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), a margem bruta do cereal para a safra que está para se iniciar duplica, em pesos argentinos, a obtida no ano passado.

O cálculo é válido para o sudeste de Córdoba, um dos territórios mais produtivos do país, mas é esperado um resultado favorável em toda a província: a Bolsa de Cereais local estimou, há três semanas, que com o melhor preço em cinco anos, a margem bruta será de US$65 por hectare, 47% acima da média das últimas safras.

Segundo os cálculos de Ghida Daza, o custo direto total de um hectare de trigo no sudeste de Córdoba é de AR$3.539, um aumento de 26% interanual, mas em linha com a inflação do país. Por sua vez, o preço futuro do trigo está 52,3% acima do registrado no ano passado.

Tradução: Izadora Pimenta

Fonte: Agrovoz